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O Que Significa Rebaixar a Carteira de Trabalho

O termo "rebaixar a carteira de trabalho" pode causar confusão, sugerindo uma situação de rebaixamento de função ou perda de direitos trabalhistas. 


Embora não seja uma expressão técnica do Direito do Trabalho, ele reflete uma preocupação real, especialmente em tempos de crise econômica e mudanças nas relações de emprego. 


Neste artigo, exploraremos o que significa esse conceito e suas implicações tanto para trabalhadores quanto para empregadores.

Carteira de trabalho
Entenda o que significa esse termo.

Rebaixar a Carteira de Trabalho é o Mesmo que Rebaixamento de Função?

A ideia de "rebaixar a carteira de trabalho" costuma ser associada à prática de rebaixamento de função, onde o empregado é deslocado para uma posição inferior àquela para a qual foi contratado. 


O rebaixamento de função pode envolver a redução de responsabilidades, a alteração das tarefas e, em alguns casos, até a diminuição do salário. 


No entanto, é importante destacar que o rebaixamento de função não pode ser feito de forma arbitrária e, na maioria das vezes, está sujeito a restrições legais.


No Brasil, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) protege os empregados contra o rebaixamento injustificado de função. 


De acordo com o artigo 468 da CLT, qualquer alteração nas condições de trabalho, incluindo mudanças de função, só pode ocorrer com o consentimento do empregado e, mesmo assim, desde que não resulte em prejuízo direto ou indireto ao trabalhador.


O Rebaixamento de Função Pode Acontecer Legalmente?

Sim, existem situações em que o rebaixamento de função pode ocorrer de forma legal, mas elas são bastante específicas. Um exemplo é quando o trabalhador concorda com a mudança voluntariamente, seja por motivos pessoais ou por uma reorganização interna da empresa. 


Além disso, em caso de negociação coletiva entre o sindicato e a empresa, algumas alterações nas condições de trabalho podem ser feitas, inclusive o rebaixamento de função, desde que respeitadas as normas da CLT.


Entretanto, o rebaixamento de função sem justificativa válida ou sem o consentimento do empregado pode ser considerado uma prática abusiva, gerando o direito de rescisão indireta do contrato de trabalho por parte do empregado. 


A rescisão indireta é quando o trabalhador se demite por justa causa do empregador, devido a práticas prejudiciais aos seus direitos, como o rebaixamento injusto.


Abordamos com mais profundidade o assunto de rescisão indireta neste artigo O Que Seria Uma Rescisão Indireta?.

O Rebaixamento de Função Afeta o Salário do Trabalhador?

Uma preocupação comum sobre o rebaixamento de função é a possibilidade de redução salarial. De acordo com a CLT, a redução de salário é proibida, exceto em casos específicos previstos em convenções ou acordos coletivos de trabalho. 


Assim, mesmo que o trabalhador seja rebaixado de função, o empregador não pode reduzir seu salário unilateralmente.


Por outro lado, acordos sindicais podem, em momentos de crise, permitir a redução de salário temporária ou a redução de jornada com diminuição proporcional de vencimentos, desde que sigam as regras estabelecidas pela CLT e pela Constituição Federal.


Qual a Diferença Entre Rebaixamento de Função e Desvio de Função?

Outro termo importante que merece destaque é o "desvio de função". Enquanto o rebaixamento implica em uma mudança para uma função inferior, o desvio de função ocorre quando o trabalhador é contratado para um cargo específico, mas realiza atividades diferentes ou de maior complexidade, sem a devida compensação financeira ou formalização. O desvio de função, assim como o rebaixamento, é uma prática irregular e pode gerar o direito à equiparação salarial.


Caso o trabalhador esteja em desvio de função, ele pode buscar na justiça o reconhecimento da função efetivamente exercida e exigir o pagamento das diferenças salariais correspondentes. 


Além disso, se o desvio for comprovado, a empresa pode ser condenada a regularizar a situação, ajustando a função e os salários de acordo com as atividades desempenhadas.


O Que o Trabalhador Deve Fazer Se For Rebaixado Injustamente?

Se o trabalhador se sentir prejudicado por um rebaixamento de função ou qualquer alteração nas condições de trabalho que entenda ser injusta, o primeiro passo é tentar resolver a situação de forma amigável com o empregador. Muitas vezes, uma conversa clara pode evitar problemas maiores. 


No entanto, se o problema persistir, o trabalhador tem o direito de buscar orientação junto ao sindicato de sua categoria ou procurar assistência jurídica para avaliar a possibilidade de mover uma ação judicial.


No caso de rebaixamento sem consentimento e sem justificativa válida, o trabalhador pode pleitear a rescisão indireta, mencionada anteriormente. Neste cenário, ele pode ter direito a todas as verbas rescisórias, como se tivesse sido demitido sem justa causa.


O Rebaixamento de Função Pode Impactar o Desenvolvimento Profissional?

O rebaixamento de função pode afetar significativamente o desenvolvimento da carreira do trabalhador, tanto em termos de motivação quanto de progressão profissional. 


Ao ser colocado em uma posição inferior, o trabalhador pode se sentir desvalorizado, o que pode impactar seu desempenho e até mesmo sua autoestima.


Além disso, o rebaixamento pode prejudicar futuras oportunidades de promoção ou crescimento na empresa, já que o trabalhador passa a desempenhar atividades que não refletem todo o seu potencial ou experiência. 


Por isso, é importante que tanto empregadores quanto empregados avaliem cuidadosamente as consequências de um rebaixamento de função, buscando sempre soluções que preservem o bem-estar do trabalhador e os interesses da empresa.


Quais os Direitos do Trabalhador em Caso de Rebaixamento?

O trabalhador brasileiro é amplamente protegido pela legislação trabalhista, e o rebaixamento de função é uma questão que pode gerar sérios desdobramentos jurídicos. 


Caso o rebaixamento ocorra de maneira arbitrária, sem justificativa ou acordo, o trabalhador tem o direito de buscar na justiça a anulação da medida ou, em casos mais graves, a rescisão indireta do contrato de trabalho.


Em situações em que o rebaixamento foi negociado e aceito, é fundamental que tudo seja devidamente formalizado, com a participação do sindicato, quando necessário. Isso garante que os direitos do trabalhador sejam respeitados e que ele não sofra prejuízos futuros.


Em suma, o rebaixamento de função ou o que alguns chamam de "rebaixar a carteira de trabalho" é uma questão delicada, que exige uma análise criteriosa das circunstâncias e das leis trabalhistas vigentes. Tanto trabalhadores quanto empregadores devem estar cientes de seus direitos e deveres para evitar conflitos e garantir uma relação de trabalho saudável e justa.


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