top of page

O Que se Qualifica Como Abandono Afetivo?

  • Foto do escritor: Mota Tobias
    Mota Tobias
  • 12 de mar.
  • 4 min de leitura

Atualizado: 13 de mar.

O abandono afetivo é um tema que tem gerado debates no meio jurídico e social. Muitas pessoas enfrentam essa situação sem saber que pode ter implicações legais. 


A ausência de afeto e suporte emocional por parte dos pais pode impactar profundamente a vida de uma criança ou adolescente. 


Mas como a lei trata essa questão? 


Quando a falta de cuidado pode ser juridicamente reconhecida como abandono? 


Neste artigo, abordamos as características do abandono afetivo, suas consequências legais e como ele pode ser comprovado.

criança olhando para janela
Entenda mais sobre abandono afetivo.

O que é abandono afetivo e como ele ocorre?

O abandono afetivo é uma situação na qual um dos responsáveis legais por uma criança ou adolescente deixa de exercer seus deveres emocionais, não participando da criação, educação e suporte psicológico do filho. 


Essa negligência pode ter impactos profundos na vida do menor, afetando seu desenvolvimento emocional e social. 


O abandono afetivo paterno é uma das formas mais comuns desse fenômeno, ocorrendo quando o pai deixa de oferecer afeto e suporte à criança. 


A falta de vínculo pode trazer consequências psicológicas graves e até gerar indenização por danos morais.

Existe uma idade limite para caracterizar o abandono afetivo?

O abandono afetivo pode ser reconhecido durante toda a infância e adolescência, mas há discussões sobre até que idade ele pode ser juridicamente alegado. 


Em geral, o entendimento é de que a omissão dos pais no cuidado emocional pode ser analisada enquanto houver dependência psicológica e financeira dos filhos. 


Em alguns casos, mesmo após a maioridade, o impacto emocional do abandono ainda pode ser considerado. 


No entanto, a legislação brasileira, através do Estatuto da Criança e do Adolescente, prioriza a proteção do menor de 18 anos, sendo mais comum a responsabilização durante essa fase.


O abandono afetivo pode gerar indenização?

O abandono afetivo pode, sim, gerar indenização por danos morais, especialmente quando comprovado que a omissão dos pais resultou em sofrimento psicológico significativo para o filho. 


O entendimento dos tribunais sobre esse tema tem evoluído, reconhecendo que o dever de cuidado não se restringe ao suporte financeiro, mas inclui a presença emocional na vida do menor. 


Para que haja condenação, é necessário demonstrar que houve uma falha grave no dever de paternidade ou maternidade, resultando em prejuízos psicológicos para a criança ou adolescente, com impactos prolongados na vida adulta.

Como a lei trata o abandono afetivo paterno?

O abandono afetivo paterno é um dos casos mais recorrentes desse tipo de negligência, sendo amplamente discutido na jurisprudência brasileira. 


Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e o Código Civil impõem aos pais o dever de cuidar dos filhos, indo além da obrigação alimentar. 


Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) – Lei nº 8.069/1990


Art. 4º – É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.


O descumprimento desse dever pode configurar violação dos direitos da criança e do adolescente. 


Em alguns casos, o pai que negligencia a convivência pode ser penalizado com indenização, além de sofrer restrições no direito de guarda ou visitas, dependendo da gravidade da omissão.


Como comprovar o abandono afetivo?

A comprovação do abandono afetivo pode ser um grande desafio, pois se trata de um dano subjetivo, relacionado à ausência de afeto e suporte emocional. 


No entanto, existem algumas formas de demonstrar essa negligência, como a falta de visitas, a ausência em momentos importantes da vida da criança e o desinteresse contínuo do pai ou da mãe no cotidiano do filho. 


Relatórios psicológicos, testemunhas e registros de tentativas frustradas de contato podem ser utilizados como provas em um processo judicial. Quanto mais evidências forem reunidas, maior a chance de se obter um reconhecimento legal do abandono.


O que os tribunais têm decidido sobre abandono afetivo?

A jurisprudência sobre abandono afetivo tem avançado nos últimos anos, com decisões que reconhecem o impacto da omissão dos pais na formação emocional dos filhos. 


Tribunais já condenaram pais ao pagamento de indenização por danos morais, considerando que o afeto é um direito da criança e não uma escolha dos responsáveis. 


Embora não exista uma previsão legal específica para esse tipo de ação, os julgados têm interpretado a Constituição e o Código Civil de forma a garantir a proteção integral da criança e do adolescente, reforçando a responsabilidade emocional dos pais.


Como evitar o abandono afetivo e garantir a convivência familiar?

A melhor forma de evitar o abandono afetivo é incentivar o fortalecimento dos laços familiares desde cedo. 


Pais separados devem buscar meios de manter a convivência com os filhos, respeitando o direito da criança ao afeto e à presença de ambos os genitores. 


A mediação familiar pode ser uma ferramenta eficaz para resolver conflitos e garantir um ambiente saudável para o desenvolvimento infantil. 


Quando há resistência de um dos responsáveis em cumprir seu dever parental, a via judicial pode ser necessária para garantir os direitos da criança, prevenindo futuras ações por abandono afetivo.


É importante lembrar que as informações aqui apresentadas não substituem a orientação jurídica personalizada, e para obter informações mais detalhadas sobre o assunto tratado neste artigo, é aconselhável consultar um advogado especialista. 


Nossa equipe está pronta para oferecer serviços de consultoria e assessoria para clientes em todo o Brasil. Para entrar em contato, basta nos enviar uma mensagem no What'sApp


Além disso, se você tiver dúvidas sobre outros assuntos relacionados ao direito da família, acesse nosso Blog Jurídico.


bottom of page