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O Que é Malha Fina?

A malha fina, termo que provoca calafrios em muitos contribuintes, é um mecanismo da Receita Federal que visa a fiscalização rigorosa das declarações de imposto de renda.


Neste artigo, vamos mergulhar na complexidade jurídica que envolve esse processo, analisando seus fundamentos legais e as nuances que permeiam essa temida situação para os contribuintes.


advogado malha fina
Muitas malhas finas poderiam ser evitadas se as declarações fossem feitas com mais atenção.

 

Malha Fina: Definição e Fundamentos Legais

A malha fina, temida por muitos contribuintes, é um procedimento da Receita Federal destinado a verificar a veracidade das informações nas declarações de imposto de renda.


Seu embasamento legal encontra respaldo no Código Tributário Nacional (CTN), conferindo à administração tributária a prerrogativa de examinar detalhadamente as declarações.


A fiscalização visa assegurar a correta arrecadação de impostos e a conformidade com as normativas tributárias.

Motivos que Levam à Malha Fina

Diversos fatores podem levar um contribuinte a cair na malha fina. Desde inconsistências nos valores declarados até a omissão de rendimentos, a Receita Federal utiliza um cruzamento de dados rigoroso para identificar possíveis divergências.


O artigo 197 do CTN confere à autoridade fiscal a prerrogativa de exigir informações adicionais para garantir a correção das declarações e evitar evasão fiscal.


Na malha fina, as principais retenções resultam de:

  • Omissão de Rendimentos: Quando a pessoa não informa os rendimentos recebidos ou os declara em valor inferior. Isso ocorre frequentemente com rendimentos eventuais, provenientes de trabalhos temporários ou serviços prestados esporadicamente.

  • Omissão de Rendimentos dos Dependentes: Ao incluir um dependente na declaração, todos os rendimentos por ele recebidos devem ser declarados. Muitas vezes, filhos, mesmo menores, realizam trabalhos temporários e recebem remuneração, e todos esses rendimentos devem ser incluídos na declaração.

  • Despesas Médicas Não Confirmadas: Quando o valor declarado como despesa médica não é confirmado pelo profissional, clínica ou hospital que emitiu a documentação. A veracidade das despesas médicas é essencial para evitar retenções na malha fina.

  • Despesas Médicas Não Dedutíveis: Algumas despesas, apesar de necessárias, não têm previsão legal para dedução. Isso inclui gastos com massagistas, nutricionistas, enfermagem, compra de óculos, cadeira de rodas, medicamentos, vacinas e testes de farmácia, incluindo os de COVID-19. A exceção ocorre quando essas despesas estão integradas à conta emitida por estabelecimento hospitalar, permitindo a dedução legal.

 

Retificação da Declaração: Um Caminho para Evitar a Malha Fina

A retificação da declaração é um instrumento crucial para evitar complicações na malha fina.


A legislação tributária permite que o contribuinte corrija eventuais erros a qualquer momento, desde que antes do início de qualquer procedimento fiscal.


Compreender os passos para retificar a declaração é fundamental para contribuintes que desejam corrigir inconsistências antes de serem submetidos à fiscalização mais rigorosa.

 

Procedimentos da Receita Federal na Malha Fina

Ao cair na malha fina, o contribuinte está sujeito a procedimentos específicos por parte da Receita Federal.


Ainda, recai sob à autoridade fiscal o poder de intimar o contribuinte a prestar esclarecimentos e fornecer documentação comprobatória de eventual alegação quanto à regularidade da declaração.


Esses procedimentos visam garantir uma análise minuciosa das possíveis divergências e assegurar a aplicação correta das normas tributárias.

 

Recursos e Defesa do Contribuinte na Malha Fina

Quando submetido à malha fina, o contribuinte tem o direito de se defender.


A legislação fazendária assegura o contraditório e a ampla defesa, permitindo que o contribuinte apresente documentos e argumentos para contestar as divergências apontadas pela Receita Federal.

Conhecer a lei e os recursos disponíveis é essencial para uma defesa efetiva, garantindo que o contribuinte seja ouvido e que seus direitos sejam preservados durante o processo fiscal.

 

Conclusão

A malha fina, apesar de ser temida, é um processo legal e necessário para garantir a correta arrecadação de impostos.


Contribuintes que compreendem seus direitos e deveres fiscais têm mais chances de evitar esse emaranhado, seja corrigindo declarações antes da malha fina ou atuando de maneira eficaz quando submetidos a esse escrutínio.


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