top of page

O Que é Litigância Predatória?

  • Foto do escritor: Mota Tobias
    Mota Tobias
  • 2 de jan.
  • 3 min de leitura

A litigância predatória tem se tornado um tema polêmico e de grande relevância no âmbito jurídico. 


Essa prática, caracterizada pelo ajuizamento massivo de ações judiciais sem mérito ou fundamentação adequada, sobrecarrega o sistema judiciário e prejudica tanto as partes envolvidas quanto a sociedade. 


Mas afinal, o que define essa conduta e quais as consequências legais para os responsáveis? Neste artigo, abordaremos as principais questões relacionadas ao tema.

Litigância predatória
Entenda o que é litigância predatória.

O que caracteriza a litigância predatória?

A litigância predatória é definida pela utilização abusiva ou fraudulenta do sistema judicial. 


Normalmente, envolve a distribuição de um grande número de ações similares ou idênticas, sem fundamentos jurídicos robustos, com o objetivo de obter vantagens indevidas ou explorar brechas legais. 


Exemplos comuns incluem petições genéricas, documentos insuficientes ou inconsistentes e ações ajuizadas em massa contra empresas de telefonia, bancos e companhias aéreas.


O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) elenca características como a utilização de um mesmo comprovante de residência para várias ações, advogados atuando em jurisdições distintas de forma padronizada e a distribuição de procurações genéricas. 


Essa prática compromete a qualidade da prestação jurisdicional e gera custos excessivos para o sistema de justiça e as partes envolvidas.

Como identificar a litigância predatória?

Existem sinais claros que ajudam a identificar essa conduta. Entre eles, destacam-se:

  • Quantidade de ações: O ajuizamento de um grande volume de processos em curto espaço de tempo, muitas vezes com petições idênticas.

  • Qualidade das petições: Alegações genéricas, ausência de documentação comprobatória ou uso de documentos irrelevantes para a causa.

  • Comportamento processual: Falta de comparecimento em audiências, entrega de documentos fora do prazo e outras atitudes que demonstram descompromisso com a resolução efetiva do conflito.


Tribunais, como o TRF2, já implementaram ferramentas de monitoramento para identificar padrões de litigância predatória, agrupando processos similares e comunicando ações suspeitas à Corregedoria e ao Ministério Público Federal.


Quais são os impactos dessa prática no Judiciário?

A litigância predatória sobrecarrega o Judiciário, comprometendo a garantia constitucional da duração razoável do processo, conforme previsto no art. 5º, inciso LXXVIII, da Constituição Federal. Além disso, desvia recursos e atenção de litígios legítimos.


Empresas alvo dessa prática enfrentam prejuízos financeiros significativos, tanto com a contratação de advogados quanto com possíveis indenizações em ações abusivas. 


Isso também gera desconfiança em relação ao sistema judicial, afetando a percepção de justiça pela sociedade.

Quais são as consequências legais para os responsáveis?

A litigância predatória pode acarretar sanções éticas, civis e administrativas. O Código de Ética da OAB (art. 2º, §único, inciso II) exige que os advogados atuem com honestidade, lealdade e boa-fé. Além disso, o Novo CPC, em seu art. 81, prevê a aplicação de multas por litigância de má-fé, que podem variar entre 1% e 10% do valor corrigido da causa, além de condenação em indenizações e honorários advocatícios.


Nos casos de fraudes, os responsáveis também podem responder criminalmente, além de serem submetidos a sanções disciplinares impostas pela OAB.


Como combater a litigância predatória?

O uso de tecnologias jurídicas tem sido essencial para enfrentar essa prática. Softwares de jurimetria, como o Projuris, ajudam a identificar padrões de abuso, prever comportamentos processuais e fornecer dados para subsidiar a atuação ética. 


Tribunais como o TJTO utilizam inteligência artificial para rastrear inconsistências em ações judiciais e otimizar os processos.


Ademais, a promoção de soluções consensuais, como mediação e conciliação, pode prevenir a judicialização excessiva. A capacitação de advogados também desempenha um papel crucial na prevenção desse tipo de conduta.


Conclusão

A litigância predatória é um desafio que exige medidas concretas e integradas. Com a aplicação rigorosa da legislação, o uso de tecnologias avançadas e a conscientização dos operadores do Direito, é possível mitigar os impactos dessa prática e garantir a eficácia do sistema judicial.


É importante lembrar que as informações aqui apresentadas não substituem a orientação jurídica personalizada, e para obter informações mais detalhadas sobre o assunto tratado neste artigo, é aconselhável consultar um advogado especialista. 


Nossa equipe está pronta para oferecer serviços de consultoria e assessoria para clientes em todo o Brasil. Para entrar em contato, basta nos enviar uma mensagem no What'sApp


Além disso, se você tiver dúvidas sobre outros assuntos relacionados ao direito processual, acesse nosso Blog Jurídico.


bottom of page