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O Que Acontece se Minha Empresa Falir?

A falência de uma empresa é um momento crítico e desafiador, que envolve uma série de obrigações legais e financeiras.

 

Compreender o que acontece nesse processo e quais são as responsabilidades da empresa perante os credores é fundamental para enfrentar essa situação da melhor maneira possível.

 

Este artigo aborda as obrigações da empresa falida, a relação com os credores e as possibilidades de recuperação judicial ou decretação direta de falência.

 

 

Obrigações Perante os Credores

 

Obrigações Governamentais

Uma das primeiras obrigações da empresa falida é com o governo. Isso inclui o pagamento de tributos, taxas e contribuições pendentes. A dívida tributária possui prioridade em relação a outros tipos de créditos, o que significa que, no processo de falência, os débitos fiscais serão um dos primeiros a serem liquidados.

 

É crucial que a empresa mantenha uma comunicação aberta com a Receita Federal e outras entidades governamentais para negociar possíveis parcelamentos ou programas de regularização fiscal.

 

Obrigações com Fornecedores

Os fornecedores são credores importantes no processo de falência. A empresa deve honrar os contratos firmados e, caso não seja possível, negociar termos de pagamento ou descontos.

 

Os fornecedores podem solicitar a inclusão de suas dívidas no quadro de credores do processo falimentar. A classificação das dívidas junto aos fornecedores pode variar, afetando a ordem de pagamento conforme definido pela Lei de Falências e Recuperação Judicial (Lei nº 11.101/2005).

Obrigações Trabalhistas

As obrigações trabalhistas incluem salários atrasados, verbas rescisórias, FGTS, férias e 13º salário dos empregados.

 

Os créditos trabalhistas possuem prioridade sobre quase todos os outros tipos de dívidas, exceto os créditos extraconcursais (despesas necessárias para a administração da massa falida).

 

A empresa deve garantir que todos os direitos dos trabalhadores sejam respeitados e pagos conforme determinado pela lei.

 

O Que é Recuperação Judicial?

A recuperação judicial é um processo legal destinado a viabilizar a superação da crise econômico-financeira da empresa.

 

Seu objetivo é permitir a manutenção da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores, promovendo, assim, a preservação da empresa, sua função social e o estímulo à atividade econômica.

 

Falência ou Recuperação Judicial?

A recuperação judicial é indicada quando a empresa ainda apresenta viabilidade econômica, mas enfrenta dificuldades temporárias para honrar suas dívidas.


Para ingressar com o pedido de recuperação judicial, a empresa deve atender a alguns requisitos, como:

-       Estar em operação há mais de dois anos.

-       Não ser falida, e, se já tiver sido, que estejam declaradas extintas as responsabilidades daí decorrentes.

-       Não ter, nos últimos cinco anos, obtido concessão de recuperação judicial.

-       Não ter, há menos de oito anos, obtido concessão de recuperação judicial com base no plano especial.

 

Procedimento da Recuperação Judicial

O processo de recuperação judicial começa com a apresentação do pedido ao juiz, acompanhado de um plano de recuperação que será submetido à aprovação dos credores.

Este plano deve detalhar as estratégias que a empresa adotará para superar a crise, incluindo medidas como reestruturação de dívidas, prazos de pagamento, venda de ativos, entre outras.

 

Se aprovado pelos credores e homologado pelo juiz, a empresa ganha um prazo para implementar o plano. Durante esse período, ela fica protegida contra a execução de suas dívidas, permitindo que se reorganize e recupere sua capacidade financeira.

 

A Falência

A falência é o processo judicial que tem como objetivo a liquidação do patrimônio da empresa para o pagamento de seus credores. É decretada quando a empresa não consegue mais cumprir suas obrigações e não apresenta viabilidade de recuperação.

 

Quando Optar pela Falência?

A falência pode ser solicitada pela própria empresa, seus credores ou, em alguns casos, decretada pelo juiz. Optar pela falência é uma medida extrema, utilizada quando não há perspectiva de recuperação da empresa.

 

Situações comuns que levam à falência incluem insolvência generalizada, falta de ativos suficientes para cobrir passivos, e decisões judiciais desfavoráveis que inviabilizem a continuidade das operações.

 

Procedimento da Falência

O processo de falência começa com a apresentação do pedido ao juiz, que nomeará um administrador judicial para conduzir o processo.


O administrador judicial será responsável por:

-       Realizar o levantamento do ativo e passivo da empresa.

-       Administrar a massa falida.

-       Convocar e presidir a assembleia de credores.

-       Liquidar os ativos da empresa e distribuir os recursos entre os credores, conforme a ordem de prioridade estabelecida pela lei.

-       Durante o processo de falência, a empresa perde a administração de seus bens, que passa para o administrador judicial. A venda dos ativos visa maximizar o valor a ser distribuído entre os credores.

 

Soluções para Pequenas Empresas

Para pequenas empresas, a falência ou recuperação judicial pode não ser a melhor opção devido aos custos e complexidades envolvidas. Nesses casos, é fundamental priorizar o pagamento de todas as obrigações para evitar processos judiciais e a consequente perda de credibilidade.

Iniciar diálogos abertos com fornecedores e credores para renegociar prazos de pagamento e possíveis descontos é uma ação prática e essencial.

 

Contar com a ajuda de um advogado pode facilitar essas negociações, garantindo que os acordos sejam formalizados de maneira legal e segura.

 

A prioridade deve ser o pagamento de salários, verbas rescisórias e outros direitos trabalhistas. Os créditos trabalhistas possuem prioridade legal, e garantir esses pagamentos ajuda a evitar litígios e multas que poderiam agravar ainda mais a situação financeira da empresa.

 

Adicionalmente, é crucial manter a comunicação com entidades governamentais para negociar a regularização de débitos fiscais.

 

Programas de parcelamento e regularização fiscal podem ser soluções viáveis para pequenas empresas em dificuldade.

 

Quitar as dívidas de maneira organizada e responsável não só ajuda a evitar processos judiciais, que podem ser demorados e custosos, mas também preserva a reputação da empresa no mercado. Manter a credibilidade, mesmo em momentos de dificuldade, é vital para a continuidade dos negócios e para a confiança dos parceiros comerciais e clientes.

 

Para pequenas empresas, tomar medidas proativas para gerenciar dívidas e evitar processos judiciais pode ser a melhor estratégia para superar crises financeiras e garantir a sobrevivência a longo prazo.

Consultar um advogado especializado em direito empresarial trabalhista pode proporcionar a segurança jurídica necessária para tomar decisões informadas e estratégicas, minimizando riscos e maximizando as chances de recuperação.

 

Considerações Finais

A falência de uma empresa envolve complexas obrigações legais e financeiras que devem ser gerenciadas com cuidado.

 

A escolha entre recuperação judicial e falência depende da análise da viabilidade econômica da empresa e das possibilidades de reestruturação de suas dívidas.

 

Enquanto a recuperação judicial oferece uma chance de reorganização e continuidade, a falência busca a liquidação ordenada do patrimônio para pagamento dos credores.

 

Consultar um advogado especializado em direito empresarial é crucial para orientar o processo e garantir que todas as obrigações legais sejam cumpridas, minimizando os impactos negativos e buscando a melhor solução possível para a situação da empresa.

 

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