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O Proprietário Pode Pedir o Imóvel Para Uso Próprio?

No mercado de locação de imóveis, uma dúvida frequente entre proprietários e inquilinos é se o proprietário pode solicitar a devolução do imóvel alugado para uso próprio. 


A resposta é afirmativa, porém, esse processo deve seguir uma série de regras e procedimentos legais estabelecidos pela Lei do Inquilinato (Lei nº 8.245/91). 


Neste artigo, exploraremos as condições para a retomada de um imóvel, os direitos do locador e do inquilino e como o processo ocorre na prática.

Lei do Inquilinato
Veja se o proprietário pode pedir o seu imóvel para uso próprio.

Quando o Proprietário Pode Solicitar o Imóvel?

O proprietário pode pedir o imóvel para uso próprio em diversas situações. A mais comum é quando ele ou algum familiar necessita da propriedade para residência. 


Essa situação é protegida pela Lei do Inquilinato, que garante o direito de retomada, desde que algumas condições sejam observadas.


Além disso, a lei permite que o imóvel seja solicitado para demolição, reformas ou outras obras que ampliem significativamente a área construída. 


Outra possibilidade ocorre quando o contrato de locação é de prazo indeterminado ou, nos contratos de 30 meses, quando o prazo já foi ultrapassado e a renovação automática ocorreu. 


Nesses casos, o proprietário pode pedir o imóvel sem precisar justificar o motivo, mas sempre respeitando os prazos legais.


Quais São as Obrigações do Locador ao Pedir o Imóvel?

Quando o locador decide retomar o imóvel, ele deve seguir algumas regras essenciais para garantir que o processo seja legal e justo. Primeiramente, é necessário notificar o inquilino com a devida antecedência. 


Nos casos em que o contrato já foi renovado por prazo indeterminado, o proprietário deve conceder ao inquilino um prazo mínimo de 30 dias para desocupar o imóvel. 


Esse período permite que o inquilino busque um novo local para residir e organize sua mudança.


A notificação deve ser formal e por escrito, deixando claro o motivo da retomada, como a necessidade de uso próprio ou de algum familiar. 


Além disso, o proprietário não pode possuir outro imóvel na mesma localidade que possa ser utilizado para a mesma finalidade. 


Caso contrário, ele perderá o direito de solicitar a retomada da propriedade. O descumprimento dessas regras pode dar ao inquilino o direito de contestar a retomada na Justiça.

O Que é a Denúncia Vazia?

A denúncia vazia permite ao proprietário solicitar a devolução do imóvel sem justificar o motivo, desde que o contrato de locação tenha prazo determinado, geralmente de 30 meses, e tenha sido renovado por prazo indeterminado. 


Nesse caso, é necessária uma notificação ao inquilino com 30 dias de antecedência. Porém, para contratos com prazo inferior a 30 meses, o proprietário só pode retomar o imóvel em situações previstas na Lei do Inquilinato, como necessidade de uso próprio ou realização de obras.


O Inquilino Pode Contestar o Pedido de Retomada?

Sim, o inquilino tem o direito de contestar o pedido de retomada do imóvel, caso acredite que o proprietário não está agindo de acordo com a lei. 


Por exemplo, se o inquilino suspeitar que o pedido de retomada não se baseia em uma necessidade real de uso próprio ou de um familiar, ele pode apresentar uma defesa judicial.


Nessa situação, o juiz analisará as provas apresentadas por ambas as partes e decidirá se o pedido de retomada é válido. Se o proprietário não conseguir comprovar a necessidade de uso próprio, o pedido poderá ser negado. O inquilino também pode contestar se não tiver recebido a notificação no prazo adequado ou se identificar irregularidades no processo.


Como Funciona o Processo de Despejo para Uso Próprio?

Caso o inquilino se recuse a desocupar o imóvel após o pedido de retomada, o proprietário pode recorrer à Justiça e iniciar um processo de despejo. Esse processo, no entanto, deve seguir os trâmites legais previstos na Lei do Inquilinato.


O proprietário deve apresentar uma petição inicial no fórum competente, justificando a necessidade da retomada. 


Durante o processo, o inquilino terá a oportunidade de se defender, e o juiz poderá marcar audiências de conciliação entre as partes. Se o juiz decidir em favor do proprietário, será emitida uma ordem de despejo, obrigando o inquilino a desocupar o imóvel no prazo determinado.


Quais São os Direitos do Inquilino Durante o Processo?

O inquilino possui uma série de direitos durante o processo de retomada. Um dos principais é o direito à notificação adequada, com prazo suficiente para que ele possa se organizar e buscar uma nova moradia. 


Além disso, ele tem o direito de contestar o pedido de retomada caso julgue que a solicitação é abusiva ou não segue os requisitos legais.


Se o inquilino for despejado de forma irregular ou sem o cumprimento dos procedimentos legais, ele pode buscar reparação judicial. Em alguns casos, o inquilino tem direito a indenizações por danos morais ou materiais, especialmente se o despejo causar transtornos significativos em sua vida.


O Que Diz a Nova Lei do Inquilinato?

A Lei do Inquilinato passou por atualizações que visam agilizar os processos de despejo. Com as mudanças, o proprietário pode solicitar a expedição de um único mandado de despejo, obrigando o inquilino a desocupar o imóvel dentro de 30 dias, sob pena de despejo compulsório. 


Antes, o processo exigia dois mandados e diligências, o que poderia estender o processo por até 14 meses. Com a nova lei, o processo se torna mais rápido, beneficiando o proprietário que precisa reaver seu imóvel.


Em suma, o proprietário tem o direito de pedir o imóvel para uso próprio, desde que siga as regras da Lei do Inquilinato e cumpra com as obrigações legais. O processo pode ser desafiador, mas com uma boa orientação jurídica, tanto o locador quanto o inquilino podem assegurar que seus direitos sejam respeitados.


É importante lembrar que as informações aqui apresentadas não substituem a orientação jurídica personalizada, e para obter informações mais detalhadas sobre o assunto tratado neste artigo, é aconselhável consultar um advogado especialista. 


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Além disso, se você tiver dúvidas sobre outros assuntos relacionados ao direito imobiliário, acesse nosso Blog Jurídico.


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