Nos últimos anos, os conceitos de ESG e governança corporativa têm ganhado destaque no cenário empresarial e jurídico.
Muitas empresas buscam compreender a relação entre essas práticas e a legislação brasileira, questionando se existem normas específicas que orientam suas ações.
Ao mesmo tempo, investidores e consumidores exigem cada vez mais transparência e responsabilidade socioambiental das organizações.
Mas será que há leis que regulam diretamente o ESG e a governança corporativa no Brasil? Entenda o contexto legal e os impactos dessas práticas no ambiente corporativo.

O que é ESG e por que está relacionado à governança corporativa?
ESG é a sigla para Environmental, Social, and Governance, que em português significa Ambiental, Social e Governança.
Esses critérios são utilizados para avaliar práticas empresariais que vão além dos resultados financeiros, abrangendo impactos ambientais, sociais e de gestão.
A governança corporativa, por sua vez, é um conjunto de práticas que garante a transparência, a equidade e a responsabilidade na gestão das empresas.
Ambos estão profundamente conectados, pois uma governança eficiente é essencial para implementar e monitorar práticas alinhadas aos princípios ESG, promovendo sustentabilidade e valorização no mercado.
Existe legislação específica para ESG no Brasil?
Embora não haja uma lei única que trate diretamente de ESG, diversas legislações no Brasil abordam aspectos relacionados a esses critérios.
No âmbito ambiental, destacam-se a Lei nº 6.938/1981, que institui a Política Nacional do Meio Ambiente, e a Lei nº 12.305/2010, que regulamenta a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Isto além da própria regulação setorial da própria empresa, por exemplo, normas da ANTT, ANS, ANATEL e assim por diante
Já no campo social, a Constituição Federal garante direitos trabalhistas e sociais que influenciam práticas empresariais.
Em relação à governança, o mercado de capitais é regulamentado por normas da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que exigem transparência e boas práticas de gestão das empresas listadas.
Como relaciona o meio ambiente no contexto ESG?
No Brasil, a legislação ambiental estabelece diversas obrigações para empresas. A Política Nacional do Meio Ambiente impõe a necessidade de licenciamento ambiental para atividades que possam causar impacto.
Além disso, a Política Nacional de Resíduos Sólidos exige que empresas implementem práticas de logística reversa, destinando adequadamente os resíduos gerados.
O descumprimento dessas normas pode levar a multas, suspensão de atividades e até mesmo responsabilidades criminais. Incorporar práticas sustentáveis alinhadas ao ESG ajuda as empresas a atenderem essas exigências legais e a reduzirem riscos ambientais e reputacionais.
Como a legislação trabalhista influencia o critério social do ESG?
O critério social do ESG abrange a relação das empresas com seus colaboradores, fornecedores e comunidades.
No Brasil, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) estabelece direitos e deveres na relação empregatícia, como pagamento de salários justos e condições de trabalho seguras.
Além disso, normas como a Lei nº 9.029/1995 proíbem práticas discriminatórias, e a Lei nº 13.467/2017 trouxe regras sobre negociação coletiva, que podem influenciar políticas de inclusão e diversidade.
Alinhar as práticas sociais à legislação fortalece a imagem corporativa e promove um ambiente de trabalho mais produtivo.
Qual é o papel da CVM na governança corporativa e ESG?
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) desempenha um papel crucial ao regular empresas listadas em bolsa de valores.
A antiga Instrução Normativa da CVM nº 480, substituída pela Resolução CVM nº 80/2022, por exemplo, exige que as companhias divulguem informações sobre práticas de governança corporativa e gestão de riscos.
Recentemente, a CVM tem incentivado a inclusão de indicadores ESG nos relatórios de sustentabilidade.
Essas exigências visam aumentar a transparência e proteger os interesses de acionistas e investidores. Para as empresas, isso significa que boas práticas de governança são fundamentais para atrair investimentos e fortalecer sua posição no mercado.
Qual o futuro das regulamentações sobre ESG no Brasil?
O ESG tem ganhado cada vez mais relevância no Brasil e no mundo. No cenário nacional, há debates sobre a criação de leis específicas que unifiquem os critérios ESG e estabeleçam diretrizes claras para as empresas.
Além disso, o mercado financeiro tem pressionado por maior transparência e responsabilidade socioambiental.
O avanço dessas regulamentações deve trazer mais segurança jurídica e incentivar a adoção de práticas sustentáveis.
Dessa forma, as empresas que se anteciparem a essas mudanças estarão mais preparadas para competir em um mercado que valoriza a responsabilidade corporativa.
A adoção de ESG e governança corporativa não é apenas uma tendência, mas uma necessidade para empresas que desejam prosperar de forma sustentável e responsável.
É importante lembrar que as informações aqui apresentadas não substituem a orientação jurídica personalizada, e para obter informações mais detalhadas sobre o assunto tratado neste artigo, é aconselhável consultar um advogado especialista.
Nossa equipe está pronta para oferecer serviços de consultoria e assessoria para clientes em todo o Brasil. Para entrar em contato, basta nos enviar uma mensagem no What'sApp.
Além disso, se você tiver dúvidas sobre outros assuntos relacionados ao direito empresarial, acesse nosso Blog Jurídico.