Realizar um inventário internacional é um processo complexo que exige atenção aos detalhes legais e culturais de diferentes países.
Quando uma pessoa deixa bens em mais de um país, surgem dúvidas sobre onde e como iniciar o procedimento.
Além disso, tratados internacionais podem influenciar a escolha do local e a forma como o patrimônio será distribuído.
Neste artigo, esclarecemos os principais pontos para conduzir um inventário internacional de maneira eficaz e explicamos as situações em que a ajuda de um advogado especializado pode ser indispensável.
Onde Abrir o Inventário?
A abertura do inventário deve ser feita no país onde o falecido tinha residência habitual. Isso porque, na maioria dos sistemas jurídicos, o local de residência é determinante para regular a sucessão, ainda que existam bens em outras jurisdições.
Contudo, se o falecido possuía bens em diversos países, podem ser necessários inventários locais complementares, dependendo das regras de cada nação.
Assim, é essencial conhecer as leis de sucessão do país principal e avaliar a necessidade de procedimentos paralelos.
Como os Tratados Internacionais Influenciam o Inventário?
Alguns países possuem tratados que facilitam o reconhecimento mútuo de decisões judiciais em processos de inventário. Esses acordos podem evitar a duplicação de procedimentos e simplificar a transferência de bens.
Por exemplo, tratados no âmbito da União Europeia permitem que uma decisão de sucessão seja válida em outros estados membros.
No caso de brasileiros, o Brasil também mantém tratados com países como Portugal, que podem influenciar o inventário. Esses instrumentos são fundamentais para evitar conflitos de jurisdição e garantir a eficiência do processo.
É Necessário Contratar um Advogado no Exterior?
A contratação de um advogado especializado no país onde será conduzido o inventário principal é recomendada, especialmente para entender as exigências locais.
Caso haja bens em outras jurisdições, pode ser necessário contratar advogados em cada país para cumprir as formalidades locais.
Um advogado brasileiro também pode ser indispensável para coordenar o processo e garantir que todos os bens, incluindo os localizados no Brasil, sejam devidamente considerados no inventário.
Quais Documentos São Necessários?
O inventário internacional exige uma ampla gama de documentos, que podem incluir o testamento, certidões de óbito, escrituras de imóveis e extratos bancários.
Esses documentos devem ser traduzidos oficialmente e, em muitos casos, apostilados para ter validade no exterior.
A organização e obtenção desses papéis é crucial para evitar atrasos e complicações no processo.
Como Lidar com Bens em Diferentes Países?
Quando o falecido deixa bens em várias jurisdições, é possível que as leis locais exijam procedimentos distintos.
Por exemplo, alguns países aplicam o princípio da "lex rei sitae", que determina que bens imóveis sejam regidos pela legislação do país onde estão localizados.
Isso pode exigir inventários secundários para transferir propriedades imobiliárias. Em contraste, bens móveis, como contas bancárias, podem ser incluídos diretamente no inventário principal.
Quais Impostos Podem Incidir no Processo?
O inventário internacional pode implicar o pagamento de impostos em diferentes países.
É importante verificar se existem tratados para evitar a bitributação, que podem minimizar o impacto financeiro.
No Brasil, por exemplo, o Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD) é cobrado sobre bens recebidos em herança. Já em outros países, pode haver taxas específicas, como o imposto sobre heranças ou sucessões.
O Que Fazer em Caso de Conflito de Jurisdição?
Conflitos de jurisdição podem ocorrer quando mais de um país se considera competente para regular o inventário.
Nesses casos, a aplicação de tratados ou normas internacionais é fundamental para resolver o impasse.
A assessoria de um advogado especializado em direito internacional é essencial para defender os interesses da herança e evitar disputas judiciais prolongadas.
Conclusão
Fazer um inventário internacional é um processo desafiador que demanda conhecimento profundo de diferentes legislações e atenção a detalhes burocráticos.
A escolha do local para abertura, o cumprimento de formalidades legais e a compreensão de tratados internacionais são fatores determinantes para o sucesso do procedimento.
Por isso, a orientação de advogados especializados é indispensável para evitar erros e garantir que o patrimônio seja corretamente distribuído entre os herdeiros. Planejar com antecedência e contar com o suporte jurídico adequado são os primeiros passos para um inventário tranquilo e eficiente.
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